terça-feira, 18 de março de 2014

Socorro, meu marido enlouqueceu!!



Socorro, meu marido (Batata) enlouqueceu!!

Por Mayra Batatinha



Talvez esta devesse ter sido a minha primeira postagem para vocês, mas confesso que estava um pouco perdida, sem saber por onde começar. E aí, vendo os comentários percebi que assim como eu no passado, muitas mulheres (sem generalizar, é claro!) ainda acham o sobrevivencialismo uma loucura e não apoiam a prática. Pois bem, meu post de hoje é para vocês e mostra um pouquinho de como achei que o Batata havia enlouquecido, literalmente.




Já nos conhecíamos há anos e eu sabia de todo o seu histórico e aprendizado como escoteiro, da sua consciência Sobrevivencialista. Depois que nos casamos, logo ele começou a colocar em prática alguns projetos como montar uma oficina, horta, plantar alguns pés de fruta, fez o cantinho da compostagem, um pequeno estoque de comida. Mas logo que nos mudamos para o interior Um belo dia ele acordou e disse: “a partir de hoje vou me preparar pra valer, quero um estoque grande de alimentos, precisamos ter mais armas, proteger melhor a casa, arrumar fontes alternativas de energia, aumentar a horta e o pomar e comprar galinhas. Vamos rever nossa estrutura e economizar água, energia, enfim... vamos construir um bunker!
Din-don!



Para! Para tudo! – rsrsr ... peguei o bonde andando e quero sentar na janelinha? Quando ouvi ‘vamos construir um bunker’, aquilo me soou tão surreal que eu tive certeza de que ele não estava em seu juízo perfeito. Pronto, só me faltava essa... meu marido enlouqueceu.

Os dias foram passando e as conversas sobre os planos prosseguiam por horas a fio, enquanto ele corria atrás de tudo e agilizava para operacionalizar a estrutura.



O ano era de 2009, estávamos no segundo semestre. O cenário econômico mundial vivia uma recessão  devido à crise financeira dos EUA originada pela grande bolha imobiliária. Nós, que tínhamos um negócio próprio numa pequena cidade do interior, sentimos imediatamente o reflexo da economia e vimos nosso faturamento despencar.

Ah, ótimo, lá vamos nós mais uma vez viver no limite. Puxa aqui, aperta dali e a gente dá um jeito. Tudo bem, se não fosse um pequeno detalhe... mas e o bebê??? Sim, eu estava grávida de cinco meses.

Da noite para o dia tudo mudou. Na hora me lembrei das longas e intermináveis conversas sobre sobrevivencialismo e tudo aquilo que para mim só fazia sentido se houvesse uma grande catástrofe natural ou uma guerra, caiu como uma luva. Foi somente naquele momento que tudo começou a fazer sentido de verdade, afinal não éramos mais só nós dois...  havia um pequeno ser, frágil e indefeso que dependia exclusivamente de nós.




Foi a partir dai que eu realmente me convenci de que sobrevivencialismo não é algo absurdo, muito menos um devaneio. Foi a partir dai que eu realmente comecei a contribuir de verdade, a me empenhar nos projetos e principalmente a não reclamar mais do exercícios de campo, ou seja, das ‘idas para o mato’ – mas isso rende um post futuro.

Uma experiência pra lá de real

Bom, como vocês já devem ter presumido... grávida, ociosa e preocupada, quem surtou fui eu! Ainda mais quando cortaram a energia de casa, sorte que em cada cômodo há uma lanterna – isso, aquelas mesmas que eu sempre tirei sarro. A minha sorte, e serei eternamente grata, é que o homem que tenho ao meu lado sempre foi muito seguro do caminho que trilha.



Depois de passar um dia chorando pelos cantos, o Batata me sentou na frente do armário de provisões e abriu a porta. Para o meu espanto tinham coisas ali que eu nem fazia ideia e ele me disse: “enquanto você me achava maluco, cada vez que íamos ao mercado eu comprava uma latinha a mais, o que temos aqui é suficiente para dois meses, com folga”. Em seguida, ele me levou ao quintal e perguntou quantas vezes eu tinha reparado na horta, se eu tinha noção de que aquelas verduras complementariam a minha alimentação e supririam as necessidades de algumas vitaminas para o bebê.  E para finalizar ele me mostrou  como cortaríamos algumas despesas, renegociaríamos algumas dívidas e o que poderíamos fazer para levantar fundos e equilibrar o orçamento.




E assim fizemos pelos meses que se seguiram e assim fazemos até hoje. Eu, particularmente, corrigi para mudar alguns hábitos e transformei em rotina coisas que antes não dava importância. O sobrevivencialismo passou a ter um peso muito grande no meu dia-a-dia e procuro aproveitar ao máximo os ensinamentos do Batata marido e outros amigos que são do nosso meio de estudos.




Por fim, não sofremos tanto com catástrofes naturais frequentes ou grandes conflitos sociais como em outros países. Muita gente ainda pensa que esse papo todo de sobrevivência, preparação e afins é loucura, mas a gente só se dá conta da amplitude do que é ser um Sobrevivencialista e como isso faz toda a diferença na hora em que o bolso esvazia, a água seca ou a vida vira de ponta cabeça sem que a gente espere.

E você compartilha deste sentimento, acha que seu parceiro surtou e precisa de uma camisa de força? Que tal nos contar o seu ponto de vista? – ou o contrário, se a sua esposa acha que você perdeu o juízo... compartilhe a sua história, quem sabe juntos, a gente não começa a motivá-la!

Até mais!

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